19/03/2016

Minhas rédeas surreais


   Sou capricorniana, signo da terra. Sou conservadora, gosto do estável, preciso do estável. Mas não dá para viver abertamente, livremente, sempre estando limitada a alguma coisa. A uma pessoa, a um espaço, a um tempo, a uma tipo de pensar. 
   Eu sou e sempre fui uma pessoa muito calculista. Eu sempre quis que as coisas acontecessem exatamente como eu havia projetado, sempre quis ser a diretora e roteirista da minha própria vida. Mas o irônico é que, quanto mais eu planejava, mais as coisas davam errados; quanto mais eu me dedicava para que as coisas acontecessem como eu havia tanto imaginado e esquematizado, mais as coisas pareciam fugir do meu papel, dos meus escritos que por tanto tempo eu havia utilizado para me guiar, claramente como uma desculpa para não me deixar embarcar de cara ao desconhecido. 
   E com isso, sou e sempre fui uma pessoa um tanto manipuladora. Eu sempre pensei que eu sabia tudo sobre mim, pelo menos sobre a minha pessoa. Eu sempre pensei que eu tinha o total controle sobre meus pensamentos, sobre o meu subjetivo, sobre a minha personalidade. Afinal, eu talvez não pudesse controlar exatamente tudo o que acontecia ao meu redor, mas eu pelo menos poderia me entender, me calcular, me manipular. Certamente eu estava totalmente errada.
   Descobri, de uma péssima maneira, que a nossa mente é mais complexa do que eu poderia sequer um dia imaginar. Basicamente, existe um lado nosso consciente e um outro inconsciente. E talvez isso seja responsável por todo o meu "debate interno" nesse exato momento. É tão frustrante perceber que você não consegue sequer controlar as suas próprias emoções, seus próprios pensamentos! Mas, ainda assim, creio que o pior mesmo é não saber nem o que se passa com você mesmo. 
   Eu estou tão confusa com a minha própria mente, e isso me irrita de uma maneira indescritível! Estou passando por tantos confrontos de ideias que nem sei exatamente o que estou escrevendo aqui e onde esse texto irá chegar. É como se todos os meus pensamentos fossem paradoxais, já que uma hora eu penso estar sentido algo e no próximo eu já mudo de posição. E talvez, provavelmente, possivelmente, o meu orgulho em admitir estar sentindo essa sensação ajude a me deixar ainda mais desordenada. Ou talvez, eu esteja pensando demais. Mas como não pensar?
   Eu sempre estive tão acostumada a querer o controle de tudo e agora sequer consigo me controlar. Existe algo mais frustrante que isso? 

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