31/12/2015

2015 em algumas palavras


   Cá estou eu tentando descrever o meu ano de 2015 em algumas simples palavras, que provavelmente não resultara em apenas poucas palavras, já que eu tenho o dom de me empolgar e acabar acrescentando mais adjetivos do que o necessário numa única sequencia de descrições. Talvez também ele não seja tão comprido assim, ou talvez seja, mas garanto que quando você, ou até mesmo eu do futuro, estiver lendo esse texto tudo acabará fluindo muito rápido. Quero dizer, pelo menos mais rápido do que o que na verdade fluiu no momento real.
   O ano começou com o medo me dominando nos quase trinta primeiros dias do ano. Eu estava tão apavorada com o fato de eu ter que voltar sozinha para aquele lugar que tanto havia me feito mal no ano anterior que sequer conseguia pensar em outra coisa a não ser naquilo. Lembro que quando faltavam ainda uma semana para aquele dia eu já ia planejando mentalmente o que eu deveria ou não deveria fazer naquela "grande" ocasião. O desespero era tanto que quase eu não conseguia dormir direito. Talvez fosse o medo de eu não conseguir encontrar alguém com quem eu conseguisse conversar, já que eu havia me prendido demais a uma única pessoa por um período de tempo muito grande. 
   Quando finalmente aquele dia chegou, eu tentei seguir a risca tudo o que eu tinha traçado já na minha mente durante muitas noites sem sono. E depois de muito temer pelo desastre, eu acabei me desafiando a trocar as minhas primeiras palavras com uma pessoa totalmente desconhecida até então, e talvez eu tenha demorado demais para fazer aquilo, ou talvez não. Tudo parecia correr bem, até que então outras pessoas começaram a se interessar por essas minhas novas companhias, e eu tive medo perdê-las, depois de ter me esforçado tanto para "conquistá-las". Logo quando pensei que eu havia vencido aquela etapa! Pois aquilo estava longe demais para ser vencido.
   E fui percebendo que quanto mais essas outras pessoas se aproximavam delas, mais elas acabavam me afastando. Pois logo fui invadida por aquela bendita amiga chamada insegurança. O que eu eu havia feito para elas não gostarem de mim? Começou então a se tornar uma tarefa difícil trocar algumas simples palavras com elas, e por algum motivo aquela dificuldade foi só aumentando, até chegar a um ponto onde eu apenas seguia eles por medo de ficar sozinha. E esse medo voltou a me atormentar.
   Cada vez mais me sentia como se ninguém realmente se importasse comigo naquele círculo. Enquanto eles riam, eu apenas tentava entender aonde eu havia errado. Tudo era para estar acontecendo de acordo com o meu raciocínio cujo eu havia tanto elaborado. Por que tudo parecia estar dando errado? Era como se eu fosse apenas um peso para aquelas pessoas, pois parecia que mesmo eu estando ali, eu simplesmente não estava ali. E isso começou a me angustiar. E começou a me angustiar tanto!
   Até que chegou uma hora em que eu percebi que aquilo precisava mudar. Eu não precisava me sentir tão mal como eu sentia ali! Por que eu não conseguia entender que eu não era obrigada a passar por nada daquilo? Mesmo sabendo que eu tinha que fazer alguma coisa, eu simplesmente não conseguia fazer nada. Era o medo, o medo do desconhecido. Era como se eu adiasse o dia em que eu me sentaria em um lugar totalmente diferente, e por incrível que pareça tudo mudaria. Eu preferia permanecer fazendo as mesmas coisas, seguindo o mesmo padrão de todos aqueles outros dias, do que me arriscar a fazer uma coisinha diferente e me arrepender por aquilo. Era como se eu estivesse operando uma máquina, e caso eu apertasse um botão ao invés do outro tudo explodiria. E talvez isso realmente tenha acontecido.
   Com uma certa ajuda, eu consegui finalmente mudar aquela tal pequena peça do lugar. E sabe que não foi tão difícil assim? Foi até engraçado. Eu havia temido tanto por aquele momento, e pensar que tudo aquilo na verdade fora tão rápido e simples. Mas aquela única pequena mudança, algo que eu havia projetado ser completamente absurdo de acontecer devido ao padrão que eu havia colocado nos meus movimentos, apenas despertou outras mudanças, pequenas mudanças que fizeram uma diferença inimaginável em mim! E em pouco tempo todo aquele mal havia passado. 
   Não era mais tão ruim frequentar aquele ambiente. Aliás, logo acabei conhecendo uma outra pessoa, e isso aconteceu de maneira tão inusitada! Eu não precisei planejar um manual de regras do que eu tinha que fazer para me aproximar dela. Eu simplesmente fui indo aos poucos, sem pensar que aquilo tinha que dar certo. E não é que, no final, aquilo acabou dando certo?
   Foi nesse momento que acabei percebendo o que eu havia errado anteriormente. Simplesmente isso: eu havia planejado demais. Eu havia tentando prever o que não dava para se previsto, e quando alguma coisa fugia das linhas eu apenas travava. E com isso eu mesma acabei me afastando deles, por achar que eu não pertencia ali. Eu pensava demais antes de falar, eu planejava um dialogo inteiro na minha cabeça, sendo que em noventa e nove por cento da vezes eu nem iniciava aquelas conversas. E perceber aquilo me ajudou tanto.
   O ano de 2015 sem dúvidas foi um dos meus piores anos, mas também foi um dos melhores. Afinal, por mais que esse tenha sido o ano em que eu mais me senti sozinha por tentar me encaixar demais, foi o ano também onde eu consegui me conhecer melhor. Viciei-me no mundo das músicas, conheci minha banda preferida da vida, conheci mais e mais youtubers, virei uma youtuber, me inseri na Turma, percebi que não preciso ter vergonha ao afirmar que eu sou selenator até a alma e que minha série favorita sempre vai ser The Vampire Diaries. Além disso, finalmente eu percebi que tenho as melhoras amigas do universo, e que eu as mereço assim como elas me merecem. Foi também o ano onde pela primeira vez na vida eu pensei seriamente em qual carreira eu deveria seguir, e isso, gente, é maravilhoso (no caso foi Ciências Sociais, mas agora eu mudei para Psicologia).
   Percebi que tudo o que aconteceu na primeira parte do ano fez com que eu crescesse e amadurece. Afinal, sem esses períodos eu não teria me dado conta de que eu posso sim ser uma pessoa independente, que eu posso sim ter uma conversa legal com outras pessoas. Eu percebi que eu posso sim fazer com que as pessoas gostem de mim, mas esse não é a parte mais importante. Eu comecei a gostar mais de mim mesmo, orgulhar-me mais de mim mesmo. Aliás, percebi que ser introvertida é uma qualidade gigantesca! (afinal, é dai que surgem os melhores escritores, né?). Lógico, só não posso deixar a timidez tomar conta do meu corpo e me impedir de fazer o que eu quero e ser quem eu quero ser!
   Enfim, estou escrevendo tudo isso para dizer que 2015 sem dúvidas foi um baita de um ano, e espero que os próximos só vão se tornando melhores. Tenho de admitir, eu estou com um pouco (vulgo muito) medo desse ano, por seu o meu último ano no colégio, mas creio que o ano possa ser maravilhoso, se eu me esforçar para ele ser assim! Afinal, somos nós que fazemos o ano, não?
   E é isso, vou terminando esse texto gigantesco (acredito que eu acabei me equivocando com o tamanho dele, mas tenho certeza de que cada uma dessas palavras foram essenciais para que o sentido do texto se tornasse completo). Vou finalizar então desejando um ótimo ano novo para todos vocês, que tiveram a paciência de ler esse texto até o final! E lembrem-se sempre: é super normal ter medo, afinal isso só mostra que estamos vivos, mas o que nos tornam humanos é o fato de podermos dominar esse medo. Portanto, não deixe ele o controlá-lo, nunca! Arrisquem-se sempre! Sejam corajosos e não estejam fechados para mudanças! 

Muitos beijos, Mayara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário